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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Papo sério sobre HIPERIDROSE. Pare de suar!



A hiperidrose, ou sudorese excessiva, é uma doença comum, afetando cerca de 2-3% da população mundial. Pode ser devastadora do ponto de vista emocional, complicando as relações interpessoais e nos casos mais graves, dificultando tarefas simples, como escrever, dirigir, cumprimentar as pessoas com um aperto de mãos, entre outras. 
Pode ser dividida em PRIMÁRIA e SECUNDÁRIA.
A hiperidrose PRIMÁRIA é a MAIS COMUM e caracteriza-se por uma sudorese excessiva localizada nas regiões palmo-plantares e/ou axilares. É estimulada por EMOÇÃO ou ESTRESSE intenso. O estímulo para o suor vem do córtex cerebral e chega até as glândulas sudoríparas écrinas, que por sua vez, são normais. 
Os CRITÉRIOS para o diagnóstico de hiperidrose primária são:
1) Sudorese excessiva focal (palmas/plantas e/ou axila)
2) Presente por pelo menos 6 meses
3) Ausência de causas secundárias
4) Pelo menos 1 dos seguintes:
- Bilateral e simétrica
- Impede atividades do cotidiano
- Pelo menos 1 episódio por semana
- Idade de início < 25 anos
- História familiar positiva
- Não ocorre durante o sono
Em geral, a sudorese excessiva nas palmas/plantas tem início na infância. Já a hiperidrose axilar se desenvolve durante ou logo após a puberdade.
Quando o paciente não se encaixa nesses critério provavelmente existe uma causa (doença ou medicamento) que pode ser responsável pelo suor excessivo. É a hiperidrose SECUNDÁRIA. Neste caso, são necessárias avaliações adicionais (exames laboratoriais).
A hiperidrose SECUNDÁRIA pode ser localizada ou generalizada e associa-se a condições médicas como SÍNDROMES GENÉTICAS, MALIGNIDADES, INFECÇÃO.
Se você suspeita que seja portador de hiperidrose (sudorese excessiva, fora do normal), é muito importante que passe por uma avaliação dermatológica, para investigação de possíveis causas e proposta de tratamento.
"Mas é possível tratar? Já sofri tanto com essa condição e até outros médicos já me desanimaram, dizendo que só cirurgia pra resolver este problema. Não quero fazer cirurgia!!! Me ajuda doutora?" - estas foram as palavras de um dos pacientes com um caso dramático de hiperidrose primária axilar quando veio pela primeira vez ao meu consultório.
SIM! Há tratamento para esta condição e muitas vezes de forma muito simples e resolutiva.




Opções terapêuticas para hiperidrose:


- Tratamento TÓPICO:

Preparações tópicas contendo alumínio (cloreto de alumínio hexahidratado a 20%, tetracloreto de alumínio a 6,25%, cloridróxido de alumínio a 20%) são as mais eficazes. O DRICLOR é a mais conhecida. Mas há outras semelhantes: ODABAN, PERSPIREX, ANHYDROL FORTE, TRIPLE DRY, ANTIHYDRAL. Estas soluções devem ser aplicadas na pele seca e limpa à noite (apenas na pele da região que apresenta suor excessivo). A pele tratada deve ser lavada na manhã seguinte. Recomenda-se a aplicação por 3 a 5 noites consecutivas e, depois, apenas uma a duas vezes por semana para controlar a sudorese. Dermatite de contato com queimação ou irritação local são efeitos colaterais comuns. Não é aconselhável raspar ou depilar as axilas no dia da aplicação do produto.
O efeito se dá pela combinação do alumínio com proteínas da pele, formando plugs que bloqueiam parcialmente os ductos sudoríparos. Assim, o suor é produzido normalmente, mas não é eliminado na pele, sendo desviado para os capilares sanguíneos e transportado para os rins para excreção. O resultado é a pele tratada seca, sem hiperidrose compensatória.
Quanto à eficácia? Cerca de 100% nas axilas e 70% na hiperidrose palmo-plantar.
Onde comprar? E possível comprar na internet. Quando estava fazendo este post achei um site super legal, que não apenas fala sobre a hiperidrose e os diversos tratamentos disponíveis, como tem lojinha online, que vende todos os produtos citados acima:
www.hiperidroticos.com.br




- IONTOFORESE:

Procedimento em que recipientes são preenchidos com água e uma corrente elétrica é aplicada quando as mãos/pés ou axilas entram em contato com eletrodos contidos no interior destes recipientes. Inicialmente deve ser realizada uma vez por dia. Na maioria dos casos, leva-se 5 a 20 dias, a fim de reduzir o teor de umidade da pele até os níveis normais. Terminada a fase inicial do tratamento, a frequência das sessões pode ser reduzida (fase de manutenção). Em geral usada para paciente refratários ao tratamento tópico. Não pode ser realizada por gestantes, portadores de epilepsia, doenças cardíacas, marcapasso ou próteses metálicas. Possíveis efeitos colaterais: ressecamento da pele, descamação e fissuras (especialmente nas axilas). A taxa de sucesso fica em torno de 80%.

- TOXINA BOTULÍNICA (BOTOX):

Atua através do bloqueio às fibras simpáticas colinérgicas pós-ganglionares na região das glândulas sudoríparas. A aplicação elimina completamente o suor na região tratada, mas de forma temporária. Vários estudos demostraram sua eficácia, segurança e boa tolerabilidade como opção aos tratamentos tópicos, sistêmicos ou cirúrgicos. Pode ser feita nas palmas das mãos (para hiperidrose palmar) ou nas axilas (para hiperidrose axilar). Nas mãos a aplicação é muito dolorosa e dura cerca de 5 a 6 meses. Os melhores resultados são obtidos no tratamento das axilas, sendo a hiperidrose axilar a sua principal indicação. Nesta região o bloqueio sudoral pode durar até um ano. Pode ser aplicado um anestésico tópico (creme) na pele para tornar o procedimento mais confortável. A aplicação é feita no consultório. Não há necessidade de afastar-se das atividades profissionais. É possível praticar exercícios físicos no dia seguinte.




- Tratamento SISTÊMICO:

O uso de anticolinérgicos orais é limitado pelos efeitos colaterais como secura dos olhos e boca, retenção urinária, constipação, insônia, alteração do estado mental, palpitações, hipertensão. Estariam indicados, no entanto, nos casos que não respondem aos tratamentos tópicos, iontoforese ou toxina botulínica.

- CURETAGEM DAS GLÂNDULAS AXILARES:

É realizada através de pequenos orifícios, de cerca de 1 cm, em cada axila, através dos quais as glândulas curetadas são removidas. Feita sob anestesia local e sedação, sem necessidade de internação hospitalar. Efeitos colaterais: equimoses (manchas roxas conhecidas como hematomas), redução definitiva dos pêlos das axilas, necrose da pele (caso haja remoção excessiva das glândulas). O repouso pós operatório é de 15 dias. Não desencadeia hiperidrose compensatória.

- SIMPATECTOMIA:

Realizada com o auxílio de equipamentos de vídeo sob anestesia geral. Os gânglios simpáticos, responsáveis pela hiperidrose, são destruídos, podendo ser utilizadas diversas técnicas. Normalmente os pacientes deixam o hospital em 24 horas. Há um pouco de dor no pós operatório, requerendo analgesia. Apresenta altos índices de sucesso e é definitiva. No entanto pode apresentar complicações. A hiperidrose compensatória (aumento do suor em outra parte do corpo) é uma delas, bastante temida e que ocorre de forma frequente. Outras: parestesia (formigamento) da parede torácia, pneumotórax, síndrome de Horner (com queda da pálpebra), hemotórax, sudorese gustativa (aumento do suor durante a alimentação).



Por fim, se você desconfia que transpira excessivamente, procure o seu dermatologista e PARE de SUAR!
Bju Bju Bju! Fui.